História dos Animes

 | 02.04.2015 |

 

Quando surgiram os primeiros  animes?

    Na animação, apesar de haver desenhos anteriores produzidos no Japão, Tezuka é considerado o fundador da indústria, com obras que marcaram a cultura nipônica. Astroboy, em 1963, foi a primeira série animada da TV japonesa com história contínua e personagens recorrentes. Outros trabalhos do autor, como Kimba, o Leão Branco e A Princesa e o Cavaleiro, ajudariam a definir, em técnicas narrativas e de animação, o que hoje é tão reconhecido nos animês.
 
 

E no Brasil?

        Os animes chegaram nos anos 60 e é difícil precisar qual foi o primeirão. Na leva inicial vieram Homem de Aço, Oitavo Homem, Ás do Espaço, Zoran e outros.
 
 

Qual o manga é o anime de maior sucesso no Brasil?

        Os animês são exibidos no Brasil há mais de 40 anos, e séries como Don Dracula, Piratas do Espaço, Menino Biônico e Sawamu colecionam fãs. Mas o maior fenômeno foi Cavaleiros do Zodíaco, que, sozinho (e sem esta pretensão), gerou em 1994 o boom dos desenhos japoneses que ecoa até hoje.
 
        A série virou referência, foi reprisada muitas vezes, rendeu muito merchandising e fez outras emissoras, além da finada Manchete (que o exibia), apostar nos animês.
 
        Nos mangás, Dragon Ball Z, da Conrad, continua insuperável. Goku, que já era famoso pelos games e pelo animê, vendia mais de 100 mil exemplares quinzenais no auge.
 
 

Qual o tamanho desta indústria no Japão?

        A produção de animês é extraordinária: a cada ano, os 400 estúdios de animação japoneses produzem mais de 2 500 episódios, numa indústria que movimenta mais de 1 bilhão de dólares.
 
 

Quem lêe mangás e assiste animês?

        Um dos segredos do sucesso dos mangás é a segmentação. Há histórias para meninos (com ação, valorização do trabalho em equipe e perseverança), meninas (romances e tramas cheias de sentimento), adultos e até donas-de-casa (as mais picantes imagináveis). E para cada público existem vários gêneros: terror, suspense, erótico, aventura etc. Nenhum mercado do planeta tem tantas ramificações. Assim, é difícil encontrar no Japão quem não leia quadrinhos.
 
        Os animês são um pouco menos populares, por diversos fatores. A produção é mais cara - um episódio de 30 minutos custa, em média, 100 mil dólares. Os horários de exibição na televisão nem sempre batem com a ocupada agenda dos japoneses. E, por causa do custo elevado, os assuntos tratados nos desenhos não são tão variados como nos mangás. Geralmente, as séries são direcionadas ao público jovem.
 
        A exceção é Hayao Miyazaki, que produz no seu Studio Ghibli longas-metragens para os cinemas. Invariavelmente, cada filme dele é o mais rentável do ano em que é lançado, e animês como Princesa Mononoke, A Viagem de Chihiro e O Castelo Animado, por seu apelo universal, constam entre as dez produções japonesas de maior bilheteria de todos os tempos. São clássicos em todos os sentidos da palavra.
 
 

Em quanto tempo um mangá vira animê?

        Não há um padrão. Nas principais revistas, logo que o mangá desponta, é comprado por um canal de TV. Aí, ganha uma série semanal em horário nobre (entre 17 e 19 horas), que pode ter centenas de episódios e gerar muito merchandising.
 
        Outra via é quando um estúdio transforma um mangá mais cult em longa-metragem ou numa série para DVD ou TV (em horários menos concorridos, como a madrugada).
 
        E ainda rola o inverso: um animê de sucesso gerar um mangá, como ocorreu com Gundam, o robô gigante mais famoso do Japão.
 
 

O que é cosplay?

        O cosplay é um dos destaques das convenções de animê e mangá. Trata-se do ato de se vestir como um personagem e, se tiver coragem, encenar alguma passagem da história da qual ele faz parte.
 
        As convenções são tomadas por centenas de cosplayers. Alguns querem apenas se divertir, sem se importarem com a verossimilhança das roupas. E há os que reproduzem fielmente seus heróis e vilões prediletos.
 
        O cosplay surgiu nos EUA, em convenções de Jornada nas Estrelas, no final dos anos 70. Hoje, no segmento mangás e animês, o Brasil se destaca: em 2006, os irmãos Mônica e Maurício Somenzari Leite Olivas "encarnaram" Rosiel e Alexiel, de Angel Sanctuary, e venceram o World Cosplay Summit, um importante torneio mundial.
 
 

O que significa otaku?

        Otaku é a versão japonesa do nerd, mas um tipo bem específico: aquela pessoa dedicada ao extremo, fanática mesmo por um assunto, seja ele miniaturas de trens ou aviões, tecnologia, seja, o que é mais comum, animês e mangás.
 
        Na rígida e tradicional sociedade japonesa, a expressão tem uma conotação negativa, e ser chamado de otaku normalmente tem algum grau de ofensa. Mas, no Ocidente, a denominação simplesmente serve para identificar quem curte bastante esse hobby. Uma das maiores convenções dos EUA até assume isso no nome: Otakon.
 
 

Há algum local no Japão destinado à cultura dos mangás e animes?

        Nas grandes cidades japonesas, o difícil é justamente fugir dessa cultura. Mas o epicentro do fenômeno está no bairro de Akihabara, em Tóquio. Lá existem dezenas de lojas de mangás (como a Tora no Ana), fliperamas construídos pela própria Sega, quiosques de brinquedos, miniaturas e as mais diversas traquitanas tecnológicas, além de bares e cafés temáticos para todos os gostos e eventos praticamente todas as semanas para o lançamento de diversos produtos, com pocket shows dos artistas favoritos dos fãs.
 
        Essas lojas são todas enormes e ocupam prédios inteiros, com diversos departamentos diferentes. Ou seja, são verdadeiros templos do consumo otaku.
 
        A Asobit City é um bom exemplo. Confira as suas subdivisões, por andar:
 
  • • Subsolo: jogos de PC e mangás adultos.
  • • Térreo: brinquedos baseados em robôs, principalmente a série Gundam.
  • • Primeiro: videogames e acessórios.
  • • Segundo: brinquedos e modelos baseados em personagens de animês e mangás.
  • • Terceiro: modelos em escala de carros, trens, aviões e outros veículos, inclusive movidos por controle remoto.
  • • Quarto: artefatos para cosplay, camisetas e acessórios com personagens de animês.
  • • Quinto: réplicas variadas de armas, uniformes militares e trajes de caça.
 
 

Por que os personagens têm expressões tão exageradas?

        Os japoneses têm uma longa tradição de humor baseada em caretas e outras expressões engraçadas - a palavra mangá significa "desenhos irreverentes". Outra explicação vem da herança que os mangás receberam das caricaturas.
 
        Por isso, os mangás e animês desenvolveram uma linguagem própria para as expressões dos personagens. Confira algumas.
 
  • Gotinha: significa constrangimento, muitas vezes por causa de alguma coisa bizarra ou "sem noção" que outro personagem faz.
  • Olhos brilhando, bochechas coradas: encantamento e sentimento de grande alegria.
  • Veia saltando: indica a fúria de alguém.
  • Nariz sangrando: é um sinal utilizado para mostrar que o personagem está excitado.
 
 

O que mudou na indústria de animês?

        Neon Genesis Evangelion, exibido em 1995 e 1996, foi um marco. Com uma trama de suspense nunca vista num animê sobre robôs gigantes, fez grande sucesso no horário nobre. Por isso, os produtores passaram a ousar nos roteiros e rolou um boom de séries para a TV. Foi até criado um horário para exibir séries cults e adultas: tarde da noite e início da madrugada.
 
        Essas séries foram o principal produto de exportação dos estúdios para o Ocidente, o que compensou a queda nas vendas internas - o país vivia uma recessão nos anos 90.
 
        Além disso, a produção totalmente digital, que dispensa acetato, tinta e outros materiais e permite a inserção de gráficos 3D nos desenhos, barateou as produções. Esse novo fôlego foi vital para manter a animação japonesa na vanguarda mundial.
 

 

Fontes:

 

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Team The Nerd Station

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